Terreiro de candomblé realiza 1º casamento civil em Salvador
Um terreiro de candomblé do bairro de
Massaranduba, em Salvador, realizou neste sábado (29) o primeiro casamento
civil na capital baiana. Desde 1988, a constituição brasileira permite esse
tipo de celebração, mas os espaços religiosos precisavam estar regularizados.
"Estando os terreiros regularizados, com os estatutos discriminando quem
são os celebrantes, os presidentes das solenidades, a Justiça aceita isso como
representação no terreiro para que seja feito o casamento religioso com efeito
civil", explicou o juiz Alberto dos Santos, em entrevista à TV Bahia. Na
cerimônia, todo o simbolismo que a tradição da religião exige, como a separação
das folhas da pitangueira. "As folhas representam o caminho", explica
uma das organizadoras do evento. No barracão, incenso para purificar o ambiente
e um tapete de folhas e pétalas preparado pelo casal. Ainda de acordo com a
reportagem, o noivo, o francês Máximo Rangoni, chegou ao terreiro ao som do
berimbau e quando a noiva entrou, a baiana Camila Rangoni, os alabês deram
o toque nos atabaques. A cerimônia durou cerca de 40 minutos e foi marcada pela
emoção dos noivos e da família. Os dois se conheceram pela internet, se
apaixonaram e mesmo sem fazer parte da religião afro-brasileira resolveram se
casar no candomblé. "É a religião que mais se aproxima da nossa ideia de
energia, de vida, de tudo", justificou o estrangeiro.
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